Resumão do Primeiro Dia do Festival Rock In Rio 2011, dia 23 de setembro.
Acabou em beijo! Logo no começo do seu show, Katy Perry contou a platéia do Rock in Rio que nunca tinha “pegado” um brasileiro e que o primeiro que tirasse a camisa iria ser o “brazilian boyfriend” durante sua estadia. O sortudo foi Júlio, da cidade de Sorocaba, do interior paulista.
Katy Perry canta no meio da galera no Rock in Rio
sex, 23/09/11
sex, 23/09/11
Com 20 minutos de atraso, Claudia Leitte subiu ao Palco Mundo de sainha dourada, top prateado e uma espécie de fraque preto para uma apresentação animada e bastante rebolativa. Sempre que pode, a cantora fluminense ‘radicada’ em Salvador incluía um remelexo em sua performance, que incluiu muitos covers e hits das diversas fases de sua carreira
Talvez preocupada com a recepção do público da “maior festa da música do mundo”, em suas próprias palavras, Claudia Leitte preferiu não arriscar e lançou logo no início os hits “As Máscaras” e “Beijar na Boca”. A segunda ainda teve direito a um pedacinho de “(I Can’t Get No) Satisfaction”, dos Rolling Stones, com direito a muitas caras, bocas e fogo no palco.
Suada após pular muito já nas duas primeiras músicas, Leitte tira o paletó e faz a primeira das várias versões que levaria ao palco ao longo da noite: a clássica “Manguetown”, do Nação Zumbi, foi emendada na dançante “Caranguejo”, que literalmente levantou poeira na Cidade do Rock. “Senhoras e senhores, vocês estão no Rock In Rio, mas eu quero que vocês se sintam como se estivessem em pleno carnaval de Salvador”, brincou a cantora, antes de incentivar o público a pular de um lado para o outro no refrão.
Com o público já embalado pela sucessão de hits, a cantora resolve arriscar e manda a primeira das três músicas novas que tocaria na apresentação: a fácil “Elixir”, cujo refrão consiste em um simples “Oôoô”, foi rapidamente assimilada pela massa após uma rápida “aula”. A música, assim como “Locomotion Batucada” e “Samba”, que seriam tocadas adiante, mostram a nova pegada da carreira de Leitte, cheia de referências eletro para nenhuma Wanessa botar defeito.
Provando sua vocação para Emerson Nogueira das massas, Claudia Leitte emenda a nova faixa em um pout-pourri estilo fim de festa com mais versões: “Taj Mahal”, “Dancing Days” e “O Descobridor dos Sete Mares”. Empolgada, a cantora chega a simular uma guitarra em punho enquanto canta, o que soa um pouco exagerado.
A balada “Trilhos Fortes” abre espaço para um novo momento do show, mais calmo, que traria consigo novos covers: “Telegrama”, de Zeca Baleiro, “Dyer Maker”, do Led Zeppelin, e “Amor Perfeito”, famosa na voz de Roberto Carlos. Sem motivos para pular, Claudia Leitte ocupa as mãos com um violão cravado de pedrinhas de strass, com o qual mostra todos os conhecimentos de revista de cifra de violão.
“Samba”, fruto da parceria recém-formada da cantora com Ricky Martin (que participou “virtualmente” do show), muda o rumo da apresentação e volta a animar a plateia. Na sequência, mais hits: “Água”, “Famo$a” e “Exttravaza” encerram o “carnaval”.
Sandra de Sá, Bebel Gilberto e muito Cazuza
sex, 23/09/11
No fim desta tarde, Bebel Gilberto e Sandra de Sá subiram ao palco Sunset para cantar Cazuza, grande amigo da dupla e ídolo do rock nacional. O encontro da bossa com o soul pode parecer inusitado, mas Bebel e Sandra mostraram química cantando juntas, com direito a abraços, lágrimas e até selinho.
De branco e seguindo a letra através de um monitor, elas abriram a apresentação com “Blues da Piedade”, levantando a plateia. A emoção tomou conta do lugar já na segunda canção, “Ideologia”, levando as duas às lágrimas ao cantar “aquele garoto que ia mudar o mundo”, referência clara homenageado da noite, morto em 1990. Sandra de Sá chegou a improvisar no verso, cantando “aquele garoto agora está com papai do céu cuidando de tudo”.
Em seguida, Bebel pediu a energia da galera ao dominar o palco, enquanto Sandra se ambientava na percursão. A bossa moderna de “Anganju”, “Sun Is Shining” e “Close Your Eyes” balançou o público. Já “Mais Feliz”, música de Bebel e Cazuza, fez um belo coro no fim de tarde. Sandra de Sá voltou ao microfone para “Todo Amor Que Houver Nessa Vida”. O momento alto da apresentação terminou com um longo abraço, choro e um selinho entre as duas.
Ainda emocionada, foi a vez de Sandra de Sá cantar seus sucessos: “Soul de Verão”, “Joga Fora no Lixo” e “Olhos Coloridos”, além de um cover de Rappa, “Mundo Negro”. Exaltando o Brasil, ela disparou: “O povo brasileiro é o mais foda do mundo”! Nesse clima, ela pediu paz para todos os dias de festival e Bebel voltou para fechar com “Brasil”. Com o tempo esgotado, Bebel pediu que a banda tocasse “Eu Preciso Dizer Que Te Amo” e foi atendida por um músico, que dedilhou a música. A dupla precisou sair cantando do palco, enquanto o equipamento já era desligado.
Titãs e Paralamas: abertura emocionada
sex, 23/09/11
Com pontualidade brasileira, o Palco Mundo foi aberto por ícone de outros tempos de festival. Dono de um shows mais históricos da primeira edição do Rock in Rio, Freddie Mercury regeu a platéia de 1985 e de 2011 no coro de “Love Of My Life”. No público, muita gente nova, mas muita gente com idade para ter visto o Queen ao vivo.
Do telão, Freddie literalmente passou a batuta para Roberto Minczuk, maestro da Orquestra Sinfônica Brasileira, que ao lado de Milton Nascimento e Tony Beloto executou uma grandiosa versão do tema do festival. O Rock in Rio estava oficialmente aberto.
Foi a deixa para Paralamas do Sucesso e Titãs subirem ao palco. O show foi aberto por uma que já era sucesso na edição de 85, “Óculos”, na voz de Paulo Miklos. O público reagiu na hora, mãos para cima, muitas palmas e letra na ponta da língua. “Sonífera Ilha” veio em seguida, deixando mais claro que o tom da apresentação seriam hits de décadas atrás.
Antes de chamar “Ska”, de 86, Herbert Vianna perguntou ao público “cês já tão cansados?”. Os gritos deixaram claro que não. O momento mais polêmico da apresentação viria em seguida, com Paulo Miklos pedindo aos gritos o “fim da corrupção nesse país”, antes de puxar a introdução de “Comida”.
A convidada Maria Gadú surgiu toda moleca (calça preta solta, chapéu branco e blusinha de bolinhas multicoloridas) para cantar “Lourinha Bombril” dos Paralamas. Apesar do púlico ter ovacionado (ela saiu aos gritos de “Volta, volta!”), a voz de Maria parecia estar fora do ritmo da música, quase como se atrasase o andamento.
Única música do setlist que não existia antes da última edição do Rock in Rio, “Epitáfio” foi acompanhada em coro e palmas da Cidade do Rock inteira. O pedido partiu de Sérgio Britto, gesto que ele queria que fosse “como uma oração” e “que nenhuma alma ficasse de fora”.
Já no fim da apresentação, “Meu Erro” cravou o que seria o melhor momento do show. Mesmo com o som um pouco embolado, o arranjo poderoso com as duas bandas no palco e ajuda das milhares de vozes espalhadas na platéia emocionou mesmo que veio para as outras atrações do dia. “Flores”, numa versão bem apagada, encerrou a apresentação.
Fontes.BHD.multishow.globo